Después de decir que el Palácio do Planalto estaba “consagrado a los demonios”, la primera dama atacó a Lula al publicar un video en el que participa en un ritual religioso con Mães de Santo
A Frente Inter-Religiosa Dom Paulo Evaristo Arns publicou nesta terça-feira (9) uma nota de repúdio à primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro. Em um culto religioso em Belo Horizonte no domingo (7), ao lado do presidente, Jair Bolsonaro, ela afirmou que antes de o casal chegar ao poder, o Palácio do Planalto era “consagrado a demônios”, e atualmente é “consagrado ao Senhor”.
Para a organização, que reúne religiosos de diversas fés, as declarações de Michelle ferem o Estado Democrático de Direito e violam a legislação eleitoral. Além disso, “promovem, através da demonização do diferente, a cultura do ódio”, colocando em risco a convivência pacífica entre as diversas religiões.
Os religiosos afirmam que a primeira-dama repete “antiga prática excludente, beligerante e preconceituosa”, com o intuito de demonizar o inimigo, estimulando a violência. Portanto, “um maniqueísmo fundamentalista e perigoso, característico de regimes fascistas”.
“Essa mesma estratégia foi utilizada no passado para legitimar perseguições religiosas destrutivas e promotoras de mortes. O resultado dessas declarações não pode ser outro senão fomentar a desagregação da sociedade através do medo e colocar em risco a luta internacional de mais de um século por diálogo e cooperação inter-religiosa e ecumênica”, afirma a nota.
Nesse sentido, “em nome do respeito à fé”, pedem que a primeira-dama se retrate “imediatamente”, “dentro dos princípios cristãos de amor ao próximo que afirma professar”. Ademais, que haja em conformidade com as leis que regem o país.
Intolerante e racista
Às declarações do fim de semana, soma-se outro ataque de Michelle ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a religiões de matrizes africanas. Ela compartilhou uma publicação da vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos-SP), que diz que Lula “entregou sua alma para vencer essa eleição”.
O texto é acompanhado por um vídeo que exibe encontro do petista com movimentos sociais, religiosos e lideranças políticas, em Salvador, no ano passado. Na ocasião, Lula participa de ritual de uma religião de matriz africana, junto a duas mães de santo. “Isso pode, né! Eu falar de Deus, não!”, disse a mulher de Bolsonaro, demonstrando sua incompreensão e intolerância.
Sem citar Michelle, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula, respondeu aos ataques da primeira-dama.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também reagiu à intolerância religiosa de Michele.